A noite, feito menina,
desce lentamente
e flutua entre as folhas.
Seu halo perfumado
exala sua presença
e instiga o cochicho das flores.
A noite, menina-moça,
desliza como uma pluma
para os pássaros não acordar.
Sua boca de pecado inspira
um hino em seu louvor
por uma sinfonia de grilos.
A noite, flor-mulher,
esgueira-se inebriante
sob os insistentes olhares do luar.
Esquiva-se daqui e dali,
ao tentar dele escapar,
O destino lhes prepara uma armadilha.
A noite, palpitante,
encara o luar frente a frente
num bucólico clarão da mata.
Ele, com seu brilho de prata,
ilumina a negritude de seus cabelos
e, em longos afagos, alisa sua tez morena.
As carícias do luar espargem
toda a doçura no seu corpo virginal,
que arde no fogo da paixão.
A noite se entrega lânguida
aos carinhos de seu galanteador,
que adentra em suas entranhas.
A mata presencia um himeneu solene
que sela um compromisso perene
diante dos seres da mãe natureza.
A dama da noite se rende lasciva
aos beijos ardentes de seu conquistador
ao descortinar um mundo de estrelas.
Autora: Marina Monacelli
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